O “Plano de futuro” do IG Metall”
Um modelo solidário de desenvolvimento: O “Plano de futuro” do IG Metall”
Vivemos num mundo de grandes incertezas. A perspetiva das gerações anteriores de que os seus filhos teriam uma vida melhor do que eles, está a ser posta em causa. A crise climática, a crise das democracias, as guerras e as crescentes tensões internacionais representam fortes razões para o pessimismo. Perante este cenário assustador há um crescente número de pessoas que caem na armadilha das mentiras dos populistas radicais de direita.
Embora a consciência dos riscos ecológicos e de outros problemas abordados pelos novos movimentos sociais tenha aumentado, o futuro económico continua a ser a prioridade máxima para a grande maioria. Por conseguinte, é fundamental que as forças que defendem o progresso social e um modelo solidário e democrático de desenvolvimento apresentem um projeto credível neste domínio.
Neste sentido, o sindicato IG Metall, o maior sindicato da Alemanha, com 2,26 milhões de associados, elaborou em 2024 um “Plano de futuro para preservar o nosso país industrializado”, que pode ser aplicado também a outros países, com algumas adaptações. Num debate intenso no seu seio o sindicato desenvolveu um projeto progressista baseado numa estratégia de política industrial virada para o futuro e centrada nos interesses dos trabalhadores. O “Plano de futuro” do IG Metall dá respostas positivas àqueles que procuram orientação e serve ao mesmo tempo como antídoto contra a demagogia antissocial e retrógrada das direitas.
A indústria transformadora desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e crescimento económico. Em Portugal, a indústria transformadora é um fator económico importante. Contribui com 14% ao PIB nacional e emprega 752 mil trabalhadores, o que corresponde a 17% da população empregada. Nesta perspetiva, o documento estratégico do IG Metall pode ser um contributo útil para o debate nacional.
Publicamos neste local uma versão ligeiramente abreviada do “Plano” em português, com alguns comentários que sugerem que seria benéfico para os trabalhadores em Portugal que um documento desta natureza fosse elaborado no seio do movimento sindical nacional e introduzido no debate político.