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Como pode a Inteligência Artificial fortalecer os sindicatos?

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A inteligência artificial (IA) está a transformar rapidamente o mundo do trabalho. A automação de tarefas repetitivas bem como a análise de grandes volumes de dados, estão já a beneficiar da IA e a afetar milhões de trabalhadores. E os sindicatos?  Esta revolução tecnológica apresenta, para os sindicatos, desafios e oportunidades. E não é contradição.

Neste artigo, procuramos identificar os principais desafios para os sindicatos, assim como estes podem tirar partido da IA para ganhar influência, impacto e mobilização.

Desafios da IA para os sindicatos

Ameaça aos Empregos Tradicionais:

A IA e a automação estão a eliminar empregos em setores como a indústria, os serviços e até áreas criativas e qualificadas, como o direito e a contabilidade, ou a tradução e o guionismo.

Por exemplo: a Amazon, nos EUA, usa robots em armazéns para substituir trabalhadores em tarefas repetitivas; a Autoeuropa, em Portugal, usa há muito, muitos robots na linha de montagem; os guionistas de Hollywood fizeram greve e negociaram um acordo para controlar a produção por IA.

Precariedade Laboral:

Plataformas digitais e algoritmos estão a criar novas formas de trabalho, geralmente sem contratos formais ou proteção social.

Os trabalhadores da Uber ou da Glovo , por exemplo, não têm horários fixos, nem salários garantidos ou acesso a benefícios sociais. As leis publicadas em Portugal não parece terem resolvido os problemas.

Faz sentido a reivindicação das sociedades para o controlo social dos algoritmos, em muitos casos transformados ou usados como instrumento inaceitável de controlo e poder.

Monitorização e Controlo dos Trabalhadores:

A IA permite que os patrões e as empresas monitorem os trabalhadores de forma intrusiva – isto é: vigiem, com violação da intimidade – desde o tempo de pausa até à produtividade.

Exemplo: Empresas como a Amazon usam algoritmos para monitorizar o desempenho dos trabalhadores em tempo real. E, sabemos, que no setor financeiro as empresas operam um controlo fino das tarefas. A movimentação de trabalhadores, os seus contactos interpessoais, o contacto (sindical, por exemplo) é vigiado e, por isso, ameaçado. Na origem, lembremos os anos passados em que, ainda só com vídeocameras, as empresas têxteis e confeções, em Portugal, controlavam as idas e o tempo passado na casa de banho pelos trabalhadores.

Falta de Preparação:

Muitos sindicatos não estão ainda preparados para lidar com as mudanças trazidas pela IA. Em Portugal, em particular, sabem pouco e têm aprendido pouco sobre a questão (talvez por a elite dirigente não ter sido suficientemente rejuvenescida). Mas esta é matéria indispensável das negociações coletivas, de forma a proteger os direitos de quem trabalha e a impor regras num espaço por agora muito selvagem.

Um gigantesco esforço sindical é necessário para recuperar o tempo perdido. Um ambicioso programa de investimento na formação é inadiável, assim como na disponibilização de recursos tecnológicos.

Como pode a Inteligência Artificial fortalecer os sindicatos?

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