A greve da CP, em plena campanha eleitoral, converteu-se num petisco irresistível para o ataque da direita à lei da greve e ao exercício pleno do direito de greve pelos trabalhadores, preparando o caminho à revisão que há muito desejam deste direito no sentido da sua limitação. O Governo que recusa aplicar um acordo de reestruturação de salários e carreiras profissionais da CP negociado pela administração com os sindicatos (e que estes aprovaram em 24 de Abril), com o falso argumento de que é um governo de gestão (!!!), assim empurrando os trabalhadores para a greve, explora o desconforto social causado pela greve e o potencial efeito eleitoral desta a seu favor.
É neste sentido que a Práxis entende valer a pena divulgar o comunicado conjunto dos sindicatos com a cronologia e os factos deste processo para ver até onde vai o despudor e a manipulação pela direita do mal-estar social num processo laboral em que o próprio Governo é o culpado principal.
A defesa necessária do direito de greve exige todavia que também se faça, não no calor de uma disputa eleitoral, mas depois, uma reflexão aprofundada e serena, por parte do mundo do trabalho, sobre o exercício responsável, eficaz e inteligente deste direito para que ele cumpra o objetivo de constituir uma última e efectiva arma de defesa dos direitos dos trabalhadores e para que o seu exercício seja respaldado pelo máximo apoio informado e solidário na sociedade.
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