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PRAXIS Solidariedade activa com a greve dos jornalistas no dia 14 de Março

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O Sindicato dos Jornalistas, cumprindo uma deliberação do último Congresso dos Jornalistas, convocou para o próximo dia 14 de Março uma greve geral, a primeira em 40 anos, perante o extremo agravamento da situação dos jornalistas e dos média, de que a crise do grupo Global Média é um desgraçado exemplo. Vale a pena por todos os meios, como o próprio Sindicato apela, manifestarmos a nossa solidariedade. É uma causa justa, pela defesa da dignidade e dos direitos da profissão e pela defesa da democracia nos média. Defender o trabalho digno e os direitos dos jornalistas e combater a degradação da profissão é também defender que os média se mantenham como pilares e não como problemas da democracia. Como refere o SJ, “Jornalistas sem direitos não são livres. E liberdade não se escreve sem jornalismo.”

O SJ está a apelar à participação solidária nas concentrações que se vão realizar no dia da greve no Largo de Camões, em Lisboa, 18 horas e na Praça General Humberto Delgado, no Porto, às 12 horas “por trabalho digno, por jornalistas livres em defesa da democracia”. Nós lá estaremos como cidadãos solidários com esta causa laboral e democrática. O SJ também se reuniu com as direcções da CGTP-IN e da UGT, que prometeram apoio e solidariedade.

O SJ, em cujo sítio se encontra mais informação sobre a greve – dá um retrato vivo do estado a que chegou a profissão dos jornalistas e das razões da greve de 14 de Março:

“Chegou o momento de passarmos das palavras aos actos. Há muito que o diagnóstico está feito: degradou-se o exercício do jornalismo. Sobrevivemos com baixos salários, precariedade, sujeitos a uma irrazoável pressão para o imediatismo, à constante falta de tempo. Chegou o momento de exigirmos respeito.

As conclusões do último Congresso de Jornalistas são claras: ‘a paixão dos jornalistas pela profissão não pode servir de pretexto para a exploração do seu trabalho por parte das empresas’. O nosso amor à profissão não pode ser instrumentalizado como salário emocional.

Não é admissível expulsar quem tem décadas de redacção por ganhar um pouco acima da média. Não é admissível ter fotojornalistas a pagar o seu próprio equipamento. Não é admissível condenar os repórteres de imagem e editores de imagem a uma eternidade como falsos recibos verdes. Não é admissível ter estagiários a receber 150 euros por mês. Não é admissível haver freelancer a receber 20 euros à peça. Não é admissível o país ter metade dos concelhos sem um jornal local.

Decidimos em Janeiro avançar para uma greve geral de jornalistas. Para momentos muito graves, atitudes e gestos consentâneos. É lamentável que, nos 50 anos do 25 de Abril, um pilar fundamental da democracia esteja tão ameaçado. Jornalismo precário não é jornalismo livre. Uma democracia não sobrevive sem jornalismo de qualidade. E nós, jornalistas, temos o dever de denunciar as ‘condições desumanas de trabalho’ em que produzimos informação. Palavras do congresso.

Há mais de 40 anos que não fazemos greve. Nestas quatro décadas, perdemos direitos, perdemos espaço, perdemos autonomia. Há um momento em que temos de fincar o pé. Esse momento chegou. É aqui e agora. A 14 de março, paramos. Junta-te à greve!

Exigimos condições salariais e editoriais, contratos de trabalho estáveis, o aumento geral dos salários e o pagamento digno das horas extraordinárias e das compensações por penosidade: trabalho noturno, fins de semana, subsídio por isenção de horário. O mínimo é que nos paguem de forma digna para exercer uma profissão que não tem hora marcada. Por mais que se goste do que se faz, o romantismo não paga contas.

Exigimos ainda intervenção pública. Portugal não pode manter-se como a exceção europeia em que o Estado nada faz pela sustentabilidade do jornalismo, nada contribui para a pluralidade democrática.

Exigimos que o Estado assuma as suas responsabilidades, faça condizer o seu investimento com a importância da informação como bem público constitucionalmente consagrado.”

” Do site do SJ”


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