Faltam trabalhadores? Não! Faltam empregos de qualidade e bem pagos.
Num interessante e oportuno estudo do ETUI, da autoria de Wouter Zwysen, encontra-se uma importante resposta à insistente denúncia patronal de falta de trabalhadores disponíveis. Muitos, na opinião pública em geral e na publicada em particular, foram dando abrigo acrítico ao discurso patronal.
O nosso convite é para que leiam o pequeno documento de trabalho (em inglês, aqui ).
De todo o modo, aceitem algumas referências conclusivas do mesmo. A primeira é a de que a escassez de mão de obra é notável e aumentou em empregos e salários com salários mais baixos e piores condições de trabalho. Necessariamente tal tem um significado profundo e determinante para a análise do problema. No entanto, as abordagens patronais tendem a concentrar-se na pressão para mais migração e mais mobilidade. Claro está, perpetuando o modelo de emprego de baixíssima qualidade e os seus níveis de lucro.
Importa ainda referir que a escassez de mão de obra atual não começou com a pandemia; já se evidenciava esta tendência nos tempos anteriores.
Por outro lado, mudanças importantes ao nível da transição digital e verde, tal como as consequências do Covid 19, têm um natural impacto na excassez que se enfrenta.
O que é preciso é aumentar consideravelmente os salários, reduzir decisivamente a desigualdade salarial em geral e melhorar as condições de trabalho, adotando padrões mínimos universais a respeitar.
Façamos assim e veremos que o problema não existirá mais.