extrema direita – da radiografia à ação necessária
EM DEBATE por videoconferência
extrema direita
trabalho e sindicalismo
da radiografia à ação necessária
Com 12 deputados na Assembleia da República e com legítimas expetativas de ver aumentado o seu peso parlamentar nas próximas eleições, o partido Chega anunciou, em outubro de 2022, o objetivo de apoiar a criação de um sindicato/fede-ração sindical, inspirado no modelo do VOX, em Espanha, destinado a captar frustrações, descontentamentos e ressentimentos laborais e sociais em vários setores.
Passado este tempo, não há notícia de que o Solidariedade – nome de batismo dado na altura por André Ventura – tenha sequer passado do papel. Tal não invalida, porém, que a direita radical populista não agregue, nas suas bases militante e eleitoral, um considerável número de elementos originários de forças políticas diversas, com experiência política, sindical e percursos em comissões e outros órgãos de trabalhadores de vários setores e zonas do País. Do Movimento Zero à influência nas forças de segurança, da área do Ensino à Saúde, sem esquecer outras áreas, qual é, na verdade, a capacidade de atração que o Chega vem demonstrando junto dos trabalhadores? Como pretende mobilizá-los?
Que vulnerabilidades sociais e laborais vêm sendo exploradas pelo partido?
De que maneira o Chega tem tentado organizar a sua base eleitoral nestas áreas e de que forma pretende potenciar, através dela, a sua influência laboral e social?
Até onde se expande o “território” Chega, qual a “geografia” do seu crescimento?
São estas, em termos gerais, as pistas para um debate urgente, onde se pretende levantar o véu sobre a real influência e capacidade de atração da direita radical populista junto de amplos setores laborais e sociais.
Um primeiro esboço de uma realidade não detetável a olho nu, para o qual são convocadas outras reflexões e contributos.