No dia 31 de outubro, de acordo com uma notícia avançada pela Reuters, os Sindicatos belgas do setor dos transportes solicitaram aos seus membros a recusa de manuseamento de equipamentos militares enviados a Israel. Em comunicado conjunto, os sindicatos ACV Puls, BTB, BBTK e ACV-Transcom, os sindicatos referidos são do universo ACV/CSC, isto é, a central sindical cristã belga, com a qual as centrais sindicais Portuguesas têm relações https://www.lacsc.be/cne, afirmaram que os trabalhadores aeroportuários viram carregamentos de armas destinados às operações militares de Israel em Gaza. No seu comunicado, os sindicatos referem o genocídio em curso, a necessidade de travar os ataques a civis e de impedir aumento de vítimas inocentes na Palestina, expressando o seu compromisso pela paz e apelando a um cessar-fogo, apelo que tem sido reiterado por várias organizações não governamentais, como a UNICEF.
Didier Lebbe, presidente da CNE (Centrale nationale des employés), uma das principais centrais sindicais belgas, em declarações à RTBP, afirmou: «Nós não queremos participar num crime de guerra que está em marcha nesta região». O sindicalista esclareceu ainda que os aeroportos belgas são ponto de passagem de armas, provenientes dos Estados Unidos, destinadas ao conflito no Médio Oriente. O referido canal noticioso belga avançou também que a Amnistia Internacional solicitou um embargo ao envio de armas destinadas a Israel ou ao Hamas.
Esta ação sindical sucede a vários apelos internacionais e a uma Resolução de ONU reivindicando um cessar-fogo imediato. A 27 de outubro de 2023 foi aprovada, com 120 votos favoráveis, pela Organização das Nações Unidas (ONU) uma Resolução apelando a um cessar-fogo imediato, que garanta a entrada de ajuda humanitária e fornecimento de alimentação e serviços aos civis na Faixa de Gaza, e que permita que representantes das agências da ONU e outras organizações humanitárias entrem na região.
A intervenção dos sindicatos belgas norteou-se, assim, por princípios de fraternidade e solidariedade, orientados para a defesa da paz e para o respeito pelos Direitos Humanos.
Joana Neto